Justiça aceita denúncia contra policial que matou jovem em Ourinhos

Policial vai responder por homicídio doloso
Fotos: Reprodução TV TEM
A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público e da Polícia Civil contra o policial militar Luís Paulo Isidoro (no detalhe) por homicídio doloso duplamente qualificado. O PM é acusado de atirar e matar o jovem Brian Bueno (foto maior) durante uma abordagem na saída da feira agropecuária de Ourinhos (SP) em junho deste ano.
Na decisão, a Justiça rejeitou o pedido de prisão preventiva feito pelo MP e com isso o policial vai responder em liberdade. A produção da TV TEM tentou contato com o advogado do policial militar, mas ele não foi encontrado.
O inquérito da Polícia Civil foi concluído no dia 7 de julho. Luís Paulo foi indiciado por homicídio doloso qualificado, pois, de acordo com inquérito, ele assumiu o risco de matar ao abordar o jovem com arma em punho e apontada para a vítima, informou a polícia.
Bryan Bueno, de 22 anos, foi morto com um tiro no pescoço dentro do carro em que estava e que foi parado na abordagem policial na saída de uma feira de exposições. O soldado chegou a ser preso em flagrante, mas foi liberado e realiza trabalhos internos na Polícia Militar.
O policial que atirou e matou o jovem prestou depoimento à Polícia Civil e não quis dar entrevista na época da ocorrência, mas segundo o advogado dele, Osny Bueno de Camargo, o disparo foi acidental e provocado por um defeito na arma. “A versão única e exclusiva e que é a verdade. A arma disparou acidentalmente. Essa arma tem apresentado no Brasil inúmeros defeitos”, explica Osny.
O advogado afirmou também que a abordagem foi feita obedecendo às normas de conduta da Polícia Militar. “Operação padrão de quem não respeita a ordem que foi dada, que era para descer do carro. Eles desobedeceram e é assim que o policial tem que abordar, armado. É para isso que existe a polícia.”
De acordo com o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condeph) que teve acesso ao interrogatório, o policial disse ao delegado que a arma estava em posição sul, ou seja, apontada para baixo e o dedo não estava no gatilho, no entanto, a arma disparou. Ainda segundo o órgão, o policial disse também que os jovens desobedeceram a ordem de sair do carro.
O laudo feito pela Polícia Militar apontou que a pistola não apresentou defeito. O laudo foi entregue à Polícia Civil. O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condeph) teve acesso aos documentos e encaminhou à TV TEM. O laudo foi requisitado pela Polícia Civil no início da investigação. De acordo com os documentos, o sistema de segurança e a trava do percussor não apresentavam irregularidades. Quanto à funcionalidade, não foi verificado defeito que possibilitasse o disparo do gatilho sem pressioná-lo. O documento é assinado por peritos da Polícia Militar.
Em nota, a PM informou que mantém a posição de homicídio culposo, sem intenção de matar, pois em nenhum momento houve a intenção policial em cometer aquele ato. Ainda segundo a nota, também não foi o caso de assumir o risco, pois deveria haver dolo em sua ação, mas não houve, foi uma fatalidade. A PM considera como uma posição totalmente equivocada esse indiciamento da Polícia Civil.
Para Polícia Civil, além de assumir o risco de matar pela forma como foi feita a abordagem, o policial também colocou em risco a vida das outras pessoas que estavam no veículo e não dando a chance de defesa de Bryan.
Fonte: G1
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